sábado, 5 de março de 2011

Isabela e todas elas

Isabela na janela
Olha o trilho e mede passos.
Mariana conta passos.
Bibiane, que espanto,
Não repara em passos,
Sabina teme as portas
E  os temporais.
Mas medo mesmo
É o que vem das lembranças
De portas fechadas,
Bocas amordaçadas
Dor e nojo e raiva
E um carinho indesejado.
Choro na boca mordida,
A roupa arrancada,
O alívio do final.
O medo dos passos,
Quietude compulsória,
Vergonha.
Isabelas, Tatianas,
Tantas elas e outras elas.
Condenação e piedade
Do prazer que não sentiram
Nem quiseram ter.

Nenhum comentário: