sábado, 20 de julho de 2013

Da senzala para a favela, Da favela para a rua.

Ouvindo um blues
lembrei do frio que faz lá fora.
Ouvindo um blues, deitada em minha cama,
sopa de capeleti quente,
Impossível nao pensar na rua.
Nos milhares de vítimas
Arrancadas de sua pátria
Para construir outra pátria
Onde até hoje não tem lugar,
Não são bem-vistos,
Bem-vindos.
Da senzala para a rua.
Será mesmo
Este nosso país
O país da oportunidade?
Linha da miséria? Firme, esta...
São homens, são mulheres.
Bebem, se drogam,
Cachaça esquenta, disse-me um certa vez.
E os donos da terra?
Não tem mais sua terra.
Foi tomada sua terra.
Expulsos e chacinados,
Afinal, o "progresso"
Do agronegócio precisa
De terra, pastagem, e poucos braços.
Os donos da terra tocam músicas
Sem nem saberem seu sentido.
Meninas são abusadas,
Homens mortos.
Eu, aqui estou bem.
Só doi o machucado e a consciência
De lembrar que .
Muita, muita gente na rua
Provavelmente morrerá
Do frio deste inverno por estes dias.