quinta-feira, 31 de julho de 2014

Luzes Passadas

A claridade das estrelinhas no céu.
Estrelas, planetas,
Luas, cometas,
Mesmo aqui, na cidade,
É lindo o céu.
Mesmo que estas luzes
Encantadoras,
E provoccantes
Já tenham morrido
há milhares, milhões
de tempos.
Tão linda e difusa
- profusa ou confusa?-
A vista do céu.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O Céu que Possui Minha Alma

Muito cedo ou muito tarde,
Madrugada indo embora
Logo vem o sol.
O silêncio definhando,
Mas os sons que se apresentam
São bem longe do que eu queria ouvir.
Fecho os olhos e lá estou,
Piso leve na areia
Umidade em volta de meus pés
E o doce murmurar
Das marolas, da maré,
Vento sul que hoje é devagar
Rara calma para embalar
Sonhos impossíveis de encontrar
Em qualquer outro lugar,
Sonhos exclusivos
Daquele único luar,
Sonhos assistidos
Pelo estrelado céu
Que só existe lá.
Paz que perdura até
A hora certa de voltar
E abastecer alma e corpo
Desta matéria tão abundante,
E tão rara de se deixar encontrar.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Meu sempre sábio Mestre Bolívar

A dinâmica da vida tem tantas facetas,
Tantaos movimentos inesperados,
Num minuto nos consomem com sua cruelddade,
No outro revelam sua necessidade.
É necessário limpar convés e porões,
É impresccindível a depuração.
É surpreendentemente amarga
Compreender a limitação
Onde antes só sentíamos confiança.
Mas é do mundo, é caráter,
É ensinado e aprendido
Este triste mantra capitalista:
Farinha pouca, meu pirão primeiro.
Enfim, meia hora de considerações,
Compreendo ainda mais a sabedoria
De meu velho e pouco entendido Mestre:
Quanto antes conhecermos o joio,
Mais cedo colheremos o trigo.






sábado, 12 de julho de 2014

Os ventos que Movem Moinhos - Declarando meu Voto!

Tenho guardado um cartaz do festival de Monte Claro, MG. promovido e produzido pelo PCB. Uma bela paisagem, e algumas bandeiras vermelhas, poucas. Letreiros com indicações, Perguntei: Por que bandeiras sem foices e martelos?
- O mundo está mudando, e temos que acompanhar as mudanças. Foice e martelo não trazem boas lembranças. Precisamos participar das instâncias legislativas, conquistar um leque amplo de simpatizantes, que não gostam de foices e martelos. Precisamos compor, articular, precisamos de uma nova cara.
E desandou aquelas coisas de Perestroika, Gorbachow e sua esposa-troféu, soviéticas maquiadas e músicos com décadas de formação clássica tentando um arremedo de qualidade duvidosa que diziam ser pop.
Pela primeira vez, ouvia falar do neocomunismo. Meu primeiro voto para presidente, preciso engolir a náusea: Roberto Freire. Segundo turno, “estou lula porque sou freire”.
Em seguida surge o malfadado PPS, reivindicando a história comunista, mas não as imensas dívidas.
Tempos depois, esfacelou-se o PCB, dispersão, sofrimento, vazio.
Mas mantinha (está guardada, bem velhinha)uma bandeira vermelha, com uma bela foice e um lindo martelo.
A disputa de projetos ocorre ininterruptamente, inclusive nos partidos populares. A tentação de nadar nas águas misteriosas da política dita tradicional ou oficial deve ser algo muito, muito inebriante.
E presenciei novas alianças, para mim espúrias e oportunistas. Grandes mudanças, velhas propostas sem execução enfeitadas por lindas palavras. Música, que música linda! Mas e as propostas populares? Nosso projto original? onde eram guardadas? SIm, porque reciclado esnte papel nãao foi. Alterações lentas e gradativas, política eleitoral pode sim ser um belíssiimo espetáculo.
Cada vez mais distante, cada vez mais festiva, alegre, diferente. Não a evolução necessária, porque nada é estanque. Não é o 'revisitar o marxismo'. É entender sua perenidade e aplicar os conhecimentos que a história nos dá. O rio só tem duas margens, aprendi e considero o conceito mais contundente e objetivo sobre a luta de classes. A trajetória de lutas e resistência foi empalidecendo devagarinho. Mais uma vez vi bandeiras sem foices nem martelos. E nem vermelhas eram!
Lembrei Cazuza: “Eu vejo o futuro repetir o passado, vejo um museu de grandes novidades...”
E recordei que em 1988, eu e uma então camarada havíamos escrito um pequeno texto, que tinha esta frase de Cazuza como cabeçalho.
Entendi a diferença de construir alianças que garantam a governabilidade, mesmo que os parceiros estejam e sejam da margem oposta e quando esta parceria tem por meta apenas galgar degraus para o nirvana politico. Prestes apoiou o assassino de sua Olga acreditando ser o caminho sofrido mas necessário. Lula precisou de um crocHe político enovelado, confuso e ins, com a social democracia, com as emaranhadas tendências trotskistas e com comunistas. Amadureceu e ampliou sua compreensão, sem nunca negar na prátiica o que pregava no discurso.O PT foi e é um partido de centro-esquerda, com divergência de conceitos e práticas. Muitos grupos ditos leninistas seguiram um centralismo avesso, não ao Partido. Para mim sempre pareceu confusa a militância simultânea em dois partidos, no leque que abriga os inúmeros grupos que, por sua vez, possuem também suas correntes! Mas com a saída de grande parte desta militância, o PT pode assumir sua vocação original. Não se ppropõe como o Partido revolucionario, apesar de suas pequenas e criticads ações tenham feito mudanças impensáveis no país. Trata as delicadas questões da democracia e disputas internas de forma explícita, entendendo a necessidade de articulação dos pensamentos semelhantes. não dissimula suas disputas internas e discrepâncias. Ao publicizar suas contradições, propicia o surgimento das soluções.
Este amadurecimento do PT, aliado ao constante embate e perseguição da mídia e do neoliberalismo reafirmaram seu discurso, métodos e prática. Muitos radicais de todas as matizes trataram a retirada do termo Socialismo do programa partidário como a derradeira prova do entreguismo e da traição. A mim pareceu coerência política: O PT assume então sua vocação: Um grande Partido de centro-esquerda, disposto a conquistar o governo, arcando com o custo político de suas alianças mas garantindo conquistas e direitos. Enfrentando a ferocidade do neoliberalismo, da mídia oportunista, do poderoso capital financeiro, despediu o FMI, investiu em tecnologia. o Brsil governado pelo PT dissse NÃO à ALCA, democratizou o acesso à educação, tirou milões de brasileiros da miséria, modificou a política externa, dando lastro político a outras nações em transformação.
O que falta ao Governo petista, então?
Falta povo nas ruas, falta enfrentar com mais garra a mídia. Falta mostrar ao povo brasileiro a gigantesca, fantástica transformação feita. Mas falta, principalmente, que seus aliados auto-proclamados esquerda assumam posições propositivas e ideológicas, que lhe indique o real, necessário e possível rumo. Falta a eles definir a prioridade: Assumir a mudança ideológica para garantir a permanência nas instâncias políticas ou retomar o entendimento marxista-leninista, embora permanecendo nas disputas eleitorais que lhe garantem a manutençãoo da pesada máquina instalada. Ouso ainda mais: eria este o momento ideal para a reflexão acerca da necessidade da manutenção de tal estrutura?
Minha decisão de seguir afastada da militância partidária continua. Mas a disputa de projetos me parece assustadora e feroz. Não poderia eu, de forma alguma, me ausentar da luta.
Sem filiação partidária, mas com lucidez política, escolhi meus candidatos ao parlamento: Adão Villaverde, companheiro de muitas lutas, presença fundamental no cenário sindical, do Partido dos Trabalhadores, e André Machado, reapresentando hoje o que foi eixo de minha campanha em 2010: A luta contra a opressão e preconceito contra o direito à livre orientação sexual.
Villa, um experiente, competente e absolutamente confiável parlamentar. Seu engajamento na luta pelo reconhecimento do Estado Palestino, seu apoio ; André, um jovem com coragem de enfrentar o velado preconceito que envolve campanhas com esta temática. Sei bem do que falo.
Concluo minha declaração de voto convocando todas e todos a refletir sobre meus argumentos, e desde já pedindo além de votos, adesão e engajamento a estas candida5turas tão importantes e necessárias.

O Vento que Move os Moinhos

Até amanhã haverá aqui um texto corrido, não poético. Não, poético sim.
Amanhã reviverei fantasmas, muros, dores, prazeres.
Mas revelarei o segredo das flores amarelas nas calçadas.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Felicidade

Felicidade é bicho estranho.
Some, desaparece, parece
que nunca mais voltará.
E quando já nos conformamos,
Pula sorridente à nossa frente,
Sem nada nem coisa nenhuma,
E rodopia em nossa mente,
fazendo de nós puro contentamento
E temor,
Já que não tem previsão de ir ou ficar.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Da quase alegria

Estes dias de intensa febre produtiva
me deixam quase feliz.
Chego a me surpreender
com a velocidade dos traços,
das cores que parecem seguir
uma ordem rigotosamente proposta.
Na cerdade, rio muito
dos tubos de tinta misturdas,
das figuras aleat´rias
e de seu resultado final.
Bom, acho-o eu.
Embora incapazes de tingir
Os cantos pardos
Que ainda restam em minha alma.

domingo, 6 de julho de 2014

Comensais (nós)

De quando em nada respiro
Fardos amarrotados de ar,
De tanto e coisa percorro
Sombras alinhavadas no céu.
Que tanto assombro
Persecutoriamente
Me segue, sádico infeliz,
Sustentado pelo único pasto
Capaz de saciar suaq ãnsia;
Meu pensamento,
Minha vontade,
Meu sofrimento e
Meu prazer.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Criações

A cada pintura feita, cada tela conclusa,
Olho atentamente para o que aconteceu
Transmutando o algodão e o óleo.
Algumas figuras, tenho certeza,
Olham-me também com insistente atenção.
E esta troca de olhares entre
u criadora, elas, minhas criaturas,
Nem sempre são pacíficas.