sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dois Anjos

Disse meu amigo:
!Erick e Artur agora são dois anjinhos no céu."
E na frase simples,
Nas palavras amontoadas ao acaso,
Eu não consegui dimensionar as toneladas de dor.
Edgar, amigo querido,
Parceria pouco compartilhada,
Não tenho como sequer ter noção de tua dor.
Não tenho consolo a te oferecer.
Nenhuma palavra te trará alívio.
Nada posso te oferecer.
A não ser a proposta
de que feches os olhos,
E descanses sonhando
Com teus anjos voando alto, alto,
porque certamente,
voam em busca de um lugar bem melhor.
E de lá, de longe e da paz,
Estarão sentindo todo o afeto,
O amor e o carinho.
Então,
Não chores por eles.
Deixe-os seguir para a luz.


sábado, 18 de janeiro de 2014

A Fada Incógnita

Ouvi agora uma sucessão de fados;
Lindíssimos,
Tão lindos que sequer me prendi ao óbvio:
Nome, autor, intérprete.
Básico.
Equívoco imperdoável, porém, penso eu,
Plenamente perdoável.
Enfim, dormirei com a mensagem e a voz
de uma semi-Deusa,
Agraciada com uma voz melodiosa
e hipnótica,
mágica a ponto de me fazer rir
das bobagens e futilidade
pouco tempo antes lidas,
Escritas por brutamontes que sequer pela gramática,
pela semântica e pela ortografia
manifestam algum respeito.
Como se soubessem eles o que são estas
estranhezas...
Grace Dio por tua voz,
Fada ainda incógnita para mim!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Obstáculos

O que pensou Adriano ao dividir a Bretanha
Quando ergueu a gigantesca muralha?
Não, não creio que pensava apenas
Em demarcar territórios.
O que pensavam os castelões
Quando cavavam fossos
No entorno de suas fortalezas?
Duvido que só cogitassem evitar ataques.
A Grande Muralha da China
Foi e é muito, muito mais
Do que uma cerca impeditiva aos indesejáveis.
E assim são meus desafios.
Agora que me cercam por todas as frestas,
Agora que reconheço-lhes o cerco constante e inexorável,
Finalmente descubro deles a missão:
Fazer de mim a fortaleza que sempre sonhei
Mas nunca pensei poder alcançar.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Certezas

Começam a acontecer determinadas previsões
Não bem ao modo que as vi ou imaginei,
Sou surpreendida por atalhos lógicos,
Aliados não previstos e muito bem-vindos.
E a cada vez que a imensidão da luta
escurece a tarde com desânimo - Luz!
Venta logo a brisa forte, enovelando
fagulhas de energia, força e determinação,
acalentadas pela certeza da vitória e razão.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Gerras e Batalhas

Não, as guerras maiores não são as disputas alardeadas.
As guerras políticas são só as mais nojentas, abjetas,
sã as mais inescrupulosas, as mais cruéis.
São as guerras mais degradadas, as guerras tradicionais.
As guerras por território, por petróleo,
por repressão e intromissão.
Mas existem, como um alelo destas guerras públicas,
As guerras construídas a partir de nossos desejos,
Batalhas variadas em intensidade, valor e jogo.
Vaidade rasgando os caminhos precisos
Avareza vencendo princípios confuso,
Medo por respeito, favor por afeto.
Batalha diária do animal vencendo o homem.
Batalha diariamente entregue por seres humanos
Aos animais que se abrigam em suas almas.


domingo, 5 de janeiro de 2014

O engano

A dor da alma
Quando desperta
Do engano sentido
Atravessa ferina
A confiança certa.
Alma doída,
Mágoa derramada,
Marrom alvorada,
Lua cheia sem luz.
A dor da alma
O afeto inventado,
Verdade que os olhos
Não podem mirar.
Alma derramada em enganos,
Mágoa da falsa amizade,
O que era sangue de espírito
Convertido em ácido.
Perder um amigo
É perder um tantão de certezas,
Não tivera eu, outros,
Perderia a crença
E a fé na verdade.
Um se foi,
Mas outros, menos cruéis
Estão em minha volta
E secam minhas lágrimas.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A Geração que não Enxerga Estrelas

A geração que não vê estrelas,
Acostumadas a cuidar seus passos,
Para quem não foi ensinado o céu,
Furtados de olhar constelações.
Geração de últimas escolhas.
Carontes cobrando passagem,
Moedas faltantes impeditivas.
Hades, Valhala, Avalon, Céu.
Esta geração triste e cega
Desconhece o céu.
Ignora estrelas, constelações.
Esta geração não crê
Em estrelas cadentes,
Em almas, elementais e em emoções;
Pensa apenas nas sensações,
Esta geração que foi esquecida
E que se faz esquecer de ser ensinada,
E que vaga aos magotes
Com seus cantos tristes,
Sexo, crime, vingança e dor.
Esta geração não quer ouvir
O que podemos lhe contar.
Não quer aprender o que desconhecem.
E não sei se temos nós
Direito de insistir
Em lhe mostrar constelações.