quinta-feira, 10 de maio de 2012

Luz

Por agora, é madrugada.
Uma luz, sabe-se lá de onde,
Infiltrada por frestas minúsculas
     derrama-se em magotes
     impertinentes,
     Queimando retinas.
No silêncio do vazio,
Podemos apenas escutar
Os barulhos da Luz. Derrubando muros pixados
E galhos e mais.
Caem frutos das árvores próximas.

Frutos apodrecem quando tocam o chão.

Servem de alimento à luz,
Que ainda tem fome.

Pobres poetas, estes dos muros da cidade!
Jamais imaginaram que,
Ao grafar poemas em paredes brancas,
Despertariam,insone,
O branco da luz.
Que, até hoje,
     só matava a fome, com poemas rimados,
     daqueles declamados ao luar, por enamorados,
     inspirados pelas frutas podres,
     caídas dos galhos secos,
     que alimentam calçadas e campos e matas.
Luz e frutos permeiam mentes
e encantam olhos e corações doe poetas perdidos.

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