quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Saudades da Lua

É tanta, tanta saudade
Que já é necessidade
Chegar mais perto da lua,
Perseguir o rastro prata,
Incomodar-lhe o espelho
Varar-lhe a serenidade.
Lua, Lua, o que fizeste?
Qual encanto é meu sossego?
Não tenho calma nem paz.
Já sussuraram as águas,
Que o delírio de seguir-te
Nem sempre é sinal de vida.
É muito mais teu chamado
Até que a trilha de luz
Leve os corpos para o fundo
E almas que te procuram
Jamais cheguem à luz.
Espera-os o escuro de tua outra face,
Onde se juntarão aos bilhoes
de seduzidos imprudentes.
Mesmo assim, a tortura da distância
Me arranca do peito a razão.
Mas a Lagoa me é leal,
E me faz contentar apenas
com a miragem de teu explendor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo, poético e aterrorizante. Isto que chamas de paixão obsessiva pela lua e por seu brilho na água me lembram sereias... defendendo suas águas de invasores. Pensa na semelhança, Caarinho!