sábado, 22 de março de 2014

Ao fim de romance

Sou insana,insensata,
inconstante,incontida e intensa.
Sinto as dores alheias,
mas aprendi que nada posso por elas fazer,
se sanar tais dores depender
de me manter cativa.
Não sei ser presa,
Não sei sentir o amor único e perseverado,
Não sou mulher de poucos donos,
sou mulher de dono nenhum.
Hoje já não choro ao despedir-me
de amores arrebatados,
das paixões imensuradas,
mais importantes que meu ar,
meu alimento,meu sangue.
Já não lamento as lágrimas alheias
pelos finais por mim previstos.
Nem me incomodam os comentários alheios
sobre o sofrimento e tristeza
dos fracos que não sabem
da alternância eterna dos amores,
pois que amar é eterno,
mas os amores são todos,
irremediavelmente,
temporais.

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